Page 36 - As Luzes do Príncipe
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Arthur Stanley Eddington
(1882-1944)
Eddington nasceu a 28 de dezembro de 1882 na cidade de Kendal no norte da
Inglaterra numa província vizinha da Escócia, no serio de uma família Quaker.
Em 1902 mercê dos seus resultados académicos obtém uma bolsa que lhe dá
acesso á Universidade de Cambridge, onde ingressa no Trinity College. Em 1904
foi o Senior Wrangler (o primeiro classicado) no Mathematical Tripos e obtém
a sua graduação no mestrado. Depois de passar pelo Observatório Real em
Greenwich, onde se destacou em diversos trabalhos, em 1913 foi escolhido para
ocupar a cátedra de Plumian Professor of Astronomy — uma cátedra criada no
princípio do século XVIII, ocupada pela primeira vez por Roger Cotes, responsável
pela segunda edição dos Principia de Newton. Um ano depois foi nomeado
responsável pelo Observatório Astronómico de Cambridge e eleito membro da
Royal Society. O estalar da Primeira Guerra Mundial colocou Arthur Eddington
numa situação muito delicada: na tradição Quaker, enquanto pacista e objetor
de consciência, arranja forma de não cumprir o serviço militar…
Foi neste período, em 1915, que chegaram às suas mãos, através da Royal
Astronomical Society, enviados da Holanda por de Sitter, os trabalhos de Einstein
e do próprio Sitter, na época diretor do Observatório Astronómico de Leiden.
Eddington interessou-se de tal modo por essa teoria que ela foi objeto de uma
sua conferência, em 1916, na British Association for the Advancement of Science.
Eddington percebeu que o trabalho de Einstein implicava a observação do eclipse
como um teste signicativo e que essa oportunidade aconteceria em 1919,
embora nessa altura ainda não houvesse esperança imediata de paz. Foi Frank
Dyson, o Astrônomo Real que, provavelmente a pedido de Eddington, começou
a planicar uma expedição para fotografar o eclipse, propondo ocialmente que
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