Leonel Moura é um artista pioneiro na aplicação da robótica e da inteligência artificial à arte. Desde o início do século criou vários robôs pintores. As primeiras pinturas feitas em 2002 com um braço robótico foram capa da revista do MIT dedicada à Vida Artificial. RAP (Robotic Action Painter), criado em 2006 para o Museu de História Natural de Nova York, faz desenhos de forma autónoma, decide quando a obra está pronta e assina.

Ainda no âmbito da robótica outras obras apresentam instalações interativas; o Robotarium, inaugurado em 2007, descrito como o primeiro zoo para robôs; ou a versão da peça RUR de Karel Capek com 3 robôs-atores, estreada em São Paulo em 2010.

Leonel Moura tem ainda produzido grandes esculturas em impressão 3D; desenvolvido projetos de Realidade Aumentada, de que se destaca a instalação de 17 esculturas virtuais ao longo da Avenida Paulista; sendo igualmente dos primeiros artistas a interessar-se e criar NFT's.

Recentemente, participou da exposição "Artistes & Robots" no Grand Palais em Paris e na mostra "Imaterial / Re-material: A Brief History of Computing Art" no Museu UCCA em Pequim. É autor de vários livros sobre Arte e Ciência. Em 2009 foi nomeado embaixador europeu para a Criatividade e Inovação pela Comissão Europeia.

"As obras digitais que realizei para o Pavilhão do Conhecimento, foram em grande medida criadas por algoritmos. Nalguns casos através da manipulação ao nível dos pixéis, noutros gerando múltiplas variantes a partir de uma imagem semente.

A colaboração com máquinas, com algoritmos ou robôs, é uma das características do meu trabalho artístico. O acelerado desenvolvimento das tecnologias digitais nas últimas décadas não podia deixar de ter um forte impacto na criação artística. De tal forma que gosto de falar da emergência de um novo tipo de arte. Ou seja, uma arte que resulta de uma simbiose homem/máquina, revelando componentes humanas, mas também componentes não-humanas.

É aliás, neste contexto que vejo o enorme potencial das artes digitais. A utilização de algoritmos generativos e inteligência artificial está a gerar um novo campo para a arte digital. Mais dinâmico e imprevisível. A que o aparecimento da tecnologia Blockchain/NFT veio acrescentar um elemento muito estimulante. O de tornar as obras de arte digitais, por natureza facilmente reproduzíveis, em exemplares únicos, no mesmo plano das obras físicas."