D601 - Os dedos vêem, os olhos ouvem


Escrever com pontos

O braille está na base da capacidade de ler e escrever dos cegos e de muitas pessoas com a visão reduzida (amblíopes).

Durante séculos, o conhecimento escrito esteve vedado aos cegos. A situação alterou-se, finalmente, com a chegada do braille – uma escrita de pontos em relevo –, que foi desenvolvido em 1825 por um francês cego de 16 anos, Louis Braille. No sistema braille, as letras, os números e outros caracteres são formados por padrões de pontos em relevo, que se lêem com a ponta dos dedos. Os caracteres braille são iguais em qualquer parte do mundo.

A língua gestual

A língua gestual surgiu e desenvolveu-se da mesma forma que a língua falada para satisfazer as necessidades de comunicação humana. As línguas variam e alteram-se consoante o tempo e a cultura a que nos referimos. As línguas gestuais não estão limitadas a uma língua falada, pelo contrário, têm a sua própria estrutura e vocabulário (conjunto de sinais), que diferem da estrutura e vocabulário das línguas faladas.

As línguas gestuais dos diversos países e regiões diferem,por exemplo a American Sign Language (ASL) é diferente da British Sign Language (BSL).

Investigadores:

Federação Finlandesa dos Cegos

Associação Finlandesa dos Surdos

O braille é ainda uma forma importante de transmitir informação, e pode ser facilmente utilizado com computadores. Uma linha braille ligada ao computador permite a um cego ler o texto que está no ecrã. O texto que está no ecrã do computador aparece em braille, linha a linha, num periférico junto ao teclado tradicional. O texto pode ainda ser ouvido através de um sintetizador de voz. Pessoas com visão reduzida (amblíopes) também podem usar um programa que amplia texto e imagem.

As línguas gestuais dos diversos países e regiões diferem: a American Sign Language (ASL) é diferente da British Sign Language (BSL), a língua gestual austríaca difere da alemã e, por exemplo, existem várias línguas gestuais na África do Sul. A estrutura e a gramática de línguas gestuais distintas têm tanto em comum que os utilizadores de línguas gestuais de diferentes países são capazes de ultrapassar as barreiras linguísticas mais facilmente que os utilizadores de muitas línguas faladas. É por isso que, com frequência, se pensa erradamente que a língua gestual é universal.

O estatuto da língua gestual nacional varia muito nos diferentes países. A língua gestual finlandesa, por exemplo, é oficialmente aceite como uma das línguas minoritárias utilizadas na Finlândia.

A Constituição da República Portuguesa consagrou, na última revisão constitucional (Lei Constitucional 1/97), a incumbência do Estado na promoção da Língua Gestual Portuguesa, enquanto expressão cultural e instrumento de acesso à educação e da igualdade de oportunidades. (artº 74 nº1 H)