Ficar calvo?


A queda do cabelo não é uma doença, mas é um fenómeno frequentemente observado nos homens... Poder-se-ia quase dizer que se trata de uma característica sexual secundária!

Chama-se alopecia androgenética, pois combina causas genéticas e hormonais. Não é paradoxal? Nas pessoas geneticamente predispostas, são as mesmas hormonas masculinas – os androgénios – que, desde a puberdade, são responsáveis pelo crescimento dos pêlos do corpo (barba, axilas e púbis) e pela perda de cabelos na cabeça. Por volta dos 50 anos, 2 em cada 3 homens são afectados por esta forma de alopecia. Como surge? Por razões ainda desconhecidas, a duração do ciclo piloso, que é normalmente de cerca de 3 anos, começa a diminuir significativamente, para passar a ser de apena alguns meses. O ritmo de crescimento e de queda dos cabelos acelera-se; os folículos atrofiam-se progressivamente até produzirem apenas velo e, finalmente, desaparecem.

Já na Antiguidade se tinha observado que os eunucos nunca se tornavam calvos.

A coroa dos homens

Nos anos 50, um cientista americano – James B. Hamilton – estabeleceu uma topografia das diferentes formas de alopecia androgenética. Conforme as pessoas, a alopecia evolui mais ou menos rapidamente ao longo da vida. Assim, alguns homens serão afectados pela calvice enquanto outros poderão permanecer em fases diferentes.

Note que, em qualquer dos casos, permanece uma coroa de cabelos na nuca e nas têmporas.

Como se explica esta coroa? Parece que os folículos pilosos desta parte do couro cabeludo são menos sensíveis às hormonas masculinas do que os da parte superior do crânio, não tendo ainda os investigadores conseguido explicar o porquê deste fenómeno. Constataram também, perante esta alopecia, uma grande diferença entre os cabelos de tipo asiático, estatisticamente menos afectados, e os cabelos de tipo caucasiano (população indo-europeia). Enfim, conforma os indivíduos, a alopecia evolui mais ou menos rapidamente ao longo do tempo. Logo, nem todos os homens se tornarão calvos!

Desenhos de Jean-Vincent-Sénac inspirados na escala de James B. Hamilton (fases I, III, IV, V e VII).