Terra_ da acreção… à diferenciação


Nascida há 4 550 milhões de anos, da aglomeração de poeiras condensadas a partir da nébula solar, a Terra primitiva apresentava-se como um corpo não diferenciado formado essencialmente por uma liga de ferro com algum níquel, misturada com grãos de olivina e de piroxena (ambos minerais silicatados com ferro e magnésio). Com efeito, para as temperaturas e pressões que então existiriam na região da nébula, onde o nosso planeta se formou, estes seriam dos primeiros condensados a aparecer há medida que a nébula ia arrefecendo.

Quando esta proto-Terra atingiu a dimensão de Marte (cerca de metade do raio e um décimo da massa da Terra actual) o calor libertado durante as colisões sucessivas, bem como o produzido pelas desintegrações em cadeia dos principais átomos radioactivos (essencialmente alumínio, potássio, urânio e tório) terá sido suficiente para fundir, pelo menos parcialmente os materiais que a compunham. Devido à densidade mais elevada, a liga de ferro e níquel existente neste “oceano de magma” vai juntar-se em gotas que acabam por decantar para as regiões mais internas da Terra. Este processo acaba por provocar a diferenciação do nosso Planeta que passou a ser constituído por um núcleo metálico envolvido por um manto predominantemente constituído por silicatos de ferro e magnésio.

O crescimento dos planetas do Sistema Solar foi feito à custa do material que formava a nébula solar. Quando estes planetas adquiriram dimensões próximas das actuais, o número de impactos meteoríticos diminuiu drasticamente pois a maior parte do material da nébula original já estava incorporado nos planetas. Privada da energia gerada durante os impactos, a Terra entrou num processo de arrefecimento que ainda hoje continua e que conduziu à sua quase solidificação.