Do infinitamente grande ao infinitamente pequeno


O que são 4 550 000 000 de anos?As unhas estão paradas?Quantas estrelas existem no céu?Qual a diferença entre um bilião e um trilião?Quantos grãos de areia existem numa praia?

Velocidade e Tempo são dois conceitos sem os quais não é possível compreender verdadeiramente como funciona o nosso Planeta. Fenómenos extremamente lentos à escala humana (com velocidades de apenas alguns milímetros ou centímetros por ano), mas que se mantêm activos durante milhões de anos foram ignorados durante séculos. No entanto, esses fenómenos são os grandes responsáveis pelas transformações que ocorrem na Terra.

A experiência adquirida no dia-a-dia é um dos principais obstáculos à compreensão do fun-cionamento do nosso Planeta, é ela que serve para calibrar os referenciais onde tendemos a classificar todas as situações. No entanto, ela é claramente insuficiente quando pretendemos estudar os ritmos da Terra.

Habituado a um Mundo onde tempo é dinheiro e quanto mais depressa melhor, o Homem tende a sobrevalorizar fenómenos rápidos e de curta duração, como Vulcões, Sismos ou Tempes-tades. Todavia, estes fenómenos catastróficos apenas revelam uma pequena parte do modo como o nosso Planeta funciona. Só quando formos capazes de perceber a importância da repetição de acções aparentemente insignificantes ao longo de milhões de anos, como a queda de uma gota de água ou a formação de uma estalactite, poderemos vir a esperar compreender melhor o funcionamento da Terra.

Se condensarmos os 4 550 milhões de anos da história da Terra nos 365 dias de um ano, os dinossáurios apareceriam apenas a 10 de Dezembro para se extinguirem logo a seguir a 26 de Dezembro, enquanto que os primeiros Hominídeos teriam começado a vaguear por África quando já só faltavam algumas horas para o fim do ano. Com um aparecimento tão tardio na evolução da Terra, o Homem tem que fazer um esforço enorme para conseguir abarcar a importância de todo o imenso período que o precedeu.