Identificar espécies de árvores


Para fazer

Tenta adivinhar qual a espécie a que pertence a madeira destes troncos

Encontrarás na parede as descrições das espécies a que pertencem os troncos, mas colocadas numa ordem diferente.

As respostas encontram-se por baixo das palas.

Pinheiro

Existem quase 100 espécies diferentes de pinheiros espalhadas por todo o mundo. Na Finlândia há apenas uma - o pinheiro-silvestre - mas na Europa Central existem várias outras espécies. O pinheiro-silvestre é pouco exigente e dá-se bem mesmo em solos muito pouco férteis. No entanto, precisa de muita luz e outras espécies de árvores podem acabar por tomar conta dos locais onde ele cresce melhor. As árvores mais antigas do mundo são exemplares de uma espécie americana de pinheiro que começaram a crescer há 4.000 anos.

À medida que o pinheiro envelhece, a casca na base do tronco torna-se mais espessa e cinzenta, formando a “carrasca”, com profundos sulcos longitudinais, característica dos pinheiros que já atingiram uma certa maturidade. A madeira do pinheiro-silvestre tem um tom amarelado escuro uniforme. Outrora, a madeira de pinheiro era usada para extrair o pez com que se revestiam ou calefetavam esquis e barcos, ou para fazer ripas para telhados, mobiliário e pequenos objectos utilitários. Actualmente é uma matéria-prima importante para a indústria de celulose. É acrescentada à pasta com que se faz o papel de jornal a fim de torná-lo mais forte. O pinheiro também é usado para fornecer madeira de serração, usada posteriormente, por exemplo, no fabrico de janelas, portas e painéis decorativos.

Carvalho

Juntamente com os zimbros, os carvalhos são os Matusaléns das árvores, chegando a viver 2000 anos. Um velho carvalho solitário é sempre um espectáculo magnífico, com o seu tronco espesso e nodoso e a sua copa densa, de ramos quase horizontais. Um velho carvalho apresenta uma variedade de reentrâncias e protuberâncias no tronco e nos ramos, que servem de abrigo a muitos “hóspedes”. A árvore pode constituir uma verdadeiro micro-ecossistema, com os seus próprios organismos de decomposição. No Outono, o carvalho perde as suas folhas muito tarde, por vezes conservando-as mesmo ao longo do Inverno.

A casca do carvalho é acinzentada, sulcada e, nos espécimes mais velhos, nodosa. A madeira é valiosa, em especial a do cerne, escuro e pesado. Os largos raios medulares, na forma de faixas mais escuras ou mais claras, distinguem-se facilmente. A madeira é extremamente durável quando usada no exterior, mesmo mergulhada em água ou enterrada no solo. Contudo, tem de ser cuidadosamente seca para não abrir fendas durante a secagem. Depois de seca é fácil de trabalhar e polida tem um belo acabamento. A madeira de carvalho encontra-se em painéis centenários, parquets de soalhos, peças de mobiliário, portas e janelas. Antigamente, era a única madeira usada na construção naval e o vinho adquiria um aroma requintado quando envelhecia em cascos de carvalho.

Freixo

O freixo é sensível à geada e muito raro nas regiões mais a Norte. É comum na Europa Central, onde é uma das espécies de árvore mais importantes. Quando cresce solitário, os ramos desenvolvem-se em todas as direcções, formando uma copa enorme. Na floresta, porém, o tronco torna-se mais delgado e erecto. Na Europa Central, o freixo pode atingir 40 metros de altura e um diâmetro de um metro na base.

A casca do freixo é verde olivácea quando jovem, mas escurece à medida que a árvore vai envelhecendo. As camadas esteriores da casca desprendem-se em tiras verticais e oblongas regulares. A cor da madeira varia desde bastante clara até um castanho entre o acinzentado e o avermelhado, mas apresenta sempre um belo veio alongado e é dura e pesada. Contudo, não resiste bem à água nem às variações climáticas, não sendo por isso adequada ao uso exterior. A indústria da carpintaria emprega-a nofabrico de esquis, sticks de hóquei no gelo, raquetas de ténis, lambris, cabos de ferramentas e coronhas de espingardas.

Tramazeira

A tramazeira cresce em toda a Europa, do Atlântico aos Urais. A árvore é pouco exigente quando às condições do solo. Cresce em florestas férteis, mas também tolera as condições pouco produtivas dos urzais secos. Para os nossos antepassados, a tramazeira era uma árvore sagrada e derrubar uma dava azar à propriedade onde se encontrava. A abundância da produção de bagas foi também interpretada como um sinal de futuros fenómenos. Os ramos vergados sob o peso das suas bagas vermelhas indicam, de acordo com os profetas da meteorologia, que o Inverno será frio e rigoroso.

Do ponto de vista económico, a tramazeira não tem qualquer interesse, visto que costuma apresentar um porte arbustivo, com muitos ramos. No entanto, os exemplares de maior tamanho podem atingir alturas de 19 m, com um diâmetro de 70 cm na base. A casca da tramazeira é cinzenta-escura e vai-se tornando mais macia com o passar dos anos. As lentículas da casca são claramente visíveis. A madeira do borne é de um branco ou amarelo avermelhados e o cerne é castanho-amarelado, com um belo padrão longitudinal. A madeira é bastante dura, resistente e flexível. A tramazeira é uma matéria-prima excelente para a indústria do mobiliário e para o fabrico de artigos decorativos e utensílios.

Larício

O larício perde as suas agulhas verde-claras e macias todos os Outonos, como qualquer outra árvore de folha caduca, apesar de na realidade ser uma conífera, grupo em que este comportamento é raro. No Outono, antes de caírem, as folhas conferem um maravilhoso tom amarelo-dourado à paisagem florestal. Nos locais mais favoráveis o larício cresce mais depressa e durante mais tempo do que o pinheiro ou o espruce, por exemplo. Não é uma árvore muito exigente quanto ao local, desde que receba muita luz. Actualmente tem-se vindo a tentar a introdução do larício nas florestas escandinavas.

À medida que as árvores envelhecem, a casca do larício torna-se muito espessa, lembrando a “carrasca” dos pinheiros. Os ramos são, porém, extremamente frágeis. A madeira é muito dura para uma conífera e tão pesada que mesmo os troncos acabados de cortar não flutuam na água. Quando seca, a madeira parte-se e lasca facilmente e, devido ao seu elevado teor de resina, é difícil de serrar. O cerne avermelhado é, porém, muito resistente e não apodrece nem no exterior de edifícios. É quase tão bom como o carvalho para artigos de mobiliário. O larício não se emprega no fabrico de pasta de papel porque teria de ser tratado à parte: para fazer pasta de papel a partir do larício são precisas mais substâncias químicas do que quando se usa a madeira de outras árvores.

Ulmeiro

Na Europa, as espécies mais comuns de ulmeiro são o ulmeiro-branco e o ulmeiro--da-montanha. Estas duas espécies distinguem-se facilmente durante a floração: as flores do ulmeiro-da-montanha têm pecíolos curtos, ao passo que os do ulmeiro-branco são longos. O ulmeiro--branco é mais comum em locais férteis junto à costa, enquanto o ulmeiro-da-montanha, como o seu nome sugere, prefere os sopés de penhascos e as margens dos rios. O ulmeiro-da-montanha atinge cerca de 40 metros de altura e um enorme diâmetro de 3 metros na base do tronco. O ulmeiro-branco pode ter mais de 30 metros de altura, com um diâmetro basal pouco superior a um metro. Os ulmeiros são árvores nobres, cuja madeira é valorizada para inúmeras aplicações. O cerne duro, pesado, de cor castanha acinzentada ou avermelhada, escurece um tanto quando exposto ao ar. A madeira de ulmeiro serve para fabricar belíssimas peças de mobiliário, mas também pode ser usada como folheado para cobrir peças de madeiras menos valiosas. Os habilidosos carpinteiros da Europa Central também utilizam o ulmeiro em esculturas decorativas. O ulmeiro resiste muito bem à água, sendo por isso usado no fabrico de tigelas, taças, tabuleiros e mesmo algerozes.