Escamas ou penas?



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Quando um dinossauro morre, a sua pele decompõe-se rapidamente, normalmente sem deixar vestígios. Mas se o sedimento em redor do corpo endurecer rapidamente antes da decomposição da carne, a impressão da pele pode ficar preservada.

Aqui irá ver um contramolde de uma pegada de saurópode, encontrada pelo Museu da Lourinhã nesta região, onde ficou preservada a textura da pele do dinossauro. Toque-lhe e imagine como seria.

 

Cor 

A impressão da pele de um dinossauro não permite conhecer a sua cor. Mas as penas fossilizadas, por vezes, conservam as estruturas celulares responsáveis pela pigmentação – os melanossomas. Pela análise da forma dos melanossomas, os cientistas conseguem descobrir de que cor eram as penas. Hoje sabemos que o Anchiornis, um pequeno dinossauro alado, tinha penas cinzentas e pretas e um tufo vermelho na cabeça e que o Sinosauropteryx tinha uma cauda às riscas laranja.

 

Penas

As penas podem fossilizar ou deixar impressões no sedimento. O primeiro dinossauro com penas a ser descoberto foi o Archaeopteryx, uma ave primitiva do Jurássico com algumas características de réptil, como os dentes afiados e a cauda óssea comprida. Desde essa altura, têm-se descoberto vários dinossauros com penugem ou penas. Registos fósseis indicam que o Dromaeosaurus, que irá ver nesta exposição a atacar o ninho de Maiasaura, estava coberto de penas da cabeça até à cauda.

 

O que pensam os cientistas hoje

 

Penas para que vos quero?

Tal como a maioria dos répteis modernos, provavelmente o Stegosaurus era um animal ectotérmico, o que significa que não conseguia controlar internamente a sua temperatura. As enormes placas dorsais eram bastante irrigadas e poderiam servir para trocar energia com o exterior, tal como um painel solar. Mas é provável que também existissem dinossauros endotérmicos, capazes de controlar a sua temperatura através do metabolismo celular, tal como os mamíferos e as aves. Normalmente, estes animais têm uma cobertura isolante de pelos, penas ou gordura, que mantêm a temperatura do corpo constante. As penas podem ter surgido nos dinossauros como forma de isolamento (proteção e impermeabilização), adquirindo depois outras funções: ornamentação e voo. As penas e a penugem são comuns nos dinossauros terópodes, um grupo que inclui Deinonychus, Saurornitholestes, Dromaeosaurus e as aves, entre outros. Recentemente, descobriram-se também proto-penas em dinossauros do grupo Ornisthischia, que são evolutivamente bastante afastados das aves. Hoje pensa-se que as penas podem ser comuns entre os dinossauros. E o T. rex?

O T. rex era um animal ativo e enérgico com um crescimento muito rápido, tal como as aves e os mamíferos predadores. Tal como eles, é provável que fosse endotérmico.

Sabemos que o tiranossaurídeo Yutyrannus huali que viveu na China no Cretácico Inferior tinha o corpo coberto de penugem, por isso é possível que o seu “primo” T. rex também tivesse, pelo menos enquanto juvenil.