Plantas insectívoras - uma pequena vingança


As plantas insectívoras desenvolvem-se em habitats pobres - com poucos nutrientes minerais - em solos ácidos, encharcados ou muito húmidos, ou em ambientes aquáticos.

Como vantagem adaptativa, são capazes de capturar e digerir pequenos animais, insectos na sua maioria. Todas possuem glândulas externas produtoras de enzimas que digerem as proteínas animais, mas continuam a ser plantas, pois mantêm a produção de energia pela fotossíntese.

Para facilitar a captação dos insectos possuem pêlos e glândulas que segregam substâncias pegajosas, cores e cheiros que atraem os insectos e armadilhas que retêm as presas.

 

A folha-armadilha (Costêlo)

Se o insecto tocar, pelo menos duas vezes, num destes pêlos sensitivos, é capturado. Os dois lobos fecham e cruzam os espigões, o que impede o insecto de escapar. Quanto mais se mexe, mais apertado fica e começam a actuar os enzimas digestivos. Semanas depois, a armadilha reabre e fica à vista o exoesqueleto da presa. É o dispositivo mais espectacular e visível. Observa as Dionaea no terrário.

Um líquido viscoso (Mucilagem)

Na maior parte das vezes todas as folhas são armadilhas. Estão cobertas de pêlos que terminam numa gota brilhante e viscosa. Formam milhares de gotículas com uma atraente cor avermelhada. Quando um animal fica preso, ao mexer-se, fica mais enredado e desencadeia a secreção dos en-zimas, que dissolvem as partes moles da presa. Aqui pode ser observado nas Drosera. Em Portugal ocorre também na espécie, Drosophyllum lusitanicum.

O aspirador (Aspiração)

Nas plantas aquáticas há casos em que algumas folhas se especializam na captura de pequenos animais, por aspiração. Formam uma minúscula câmara com uma tampa coberta de pêlos sensitivos. Se um animal toca nestes pêlos, é aspirado por vácuo. Esvaziam a água e as paredes aproximam-se para comprimir a presa e produzir os enzimas digestivos. Os animais acabam por ser dissolvidos e consumidos. No terrário pode ver a Utricularia.

Urna

As urnas, são armadilhas passivas, sem movimento, que resultam da transformação de uma folha. As presas são atraídas pelas cores vivas e pelo néctar produzido na abertura da urna. A superfície interna tem pêlos virados para baixo e secreções que fazem deslizar as presas e impedem a sua saída. As presas caiem e são digeridas no líquido. Podem dar abrigo a insectos, como as borboletas nocturnas, que aproveitam este perigoso habitat para aí depositarem os ovos. Os ovos eclodem neste meio e as larvas alimentam-se dos restos de outros insectos, para sair perfuram a urna. Aqui pode observar as urnas de Nepenthes e Sarracenia.