Joana BaPtista

15/05/2025- JI Santa Clara, EB Infante Dom Henrique, EB O Leão de Arroios

No dia 15.05.2025, um grupo de crianças da educação pré-escolar do Jardim de Infância de Santa Clara e duas turmas de 3º ano das escolas EB1 O Leão de Arroios e EB1/JI Infante D. Henrique, participaram na sessão do “Encontro com cientista”, com a investigadora Joana Baptista do Instituto de Geografia e Ordenamento do Território da Universidade de Lisboa (IGOT-ULisboa) que se encontra atualmente a desenvolver a sua investigação sobre o estado térmico do permafrost na Península Antártica. Começamos por compreender o que significa esta palavra difícil, o “permafrost”, que se refere ao solo quando se encontra abaixo dos 0º C de temperatura. Porque é importante estudar o permafrost? Porque está relacionado com o aquecimento global e com as alterações climáticas. Com o aquecimento global, a superfície dos solos também está a aquecer e isso tem algumas consequências no permafrost: A água descongela, a presença de água no solo pode facilitar o crescimento de plantas (musgos e líquenes), mas ao mesmo tempo, também liberta alguns produtos químicos, como o mercúrio, que, por força do congelamento, estavam “retidos” no solo e que podem ser prejudiciais aos animais e às plantas. Aprendemos que no Pólo Norte, é onde vivem os ursos polares e que estes não se cruzam com os pinguins e focas, porque estes vivem no Pólo Sul, onde se localiza a Península Antártica e onde a investigadora desenvolve o seu trabalho de campo, com a equipa. De uma forma muito realista acompanhamos esta equipa numa das suas campanhas, através de um filme onde aprendemos muito sobre o seu trabalho. Começa tudo com uma viagem de avião que pode durar cerca de 20h ou mais se contarmos os dias em que têm de aguardar as melhores condições climatéricas para a viagem. Quando chegam dividem-se em equipas e podem ocupar a base científica que lhes foi autorizada. Vivem em equipa durante o tempo que durar a campanha. Obedecem a um horário às regras pré-estabelecidas, contudo estão previstos momentos de diversão, para se manterem saudáveis psicologicamente. Em cada base experimentam culturas diferentes, por exemplo, na base da Coreia, é comum comerem com “pauzinhos” e que as refeições incluam algas e outros alimentos comuns naquele país. Bem cedo, pela manhã podem deslocar-se a pé ou de barco para as áreas que vão estudar. Uma das formas de investigarem o solo é por fazerem perfurações (que chegam a durar 10 dias) onde obtém amostras que além de mostrarem a constituição das rochas encontradas também revelam a temperatura, através de sensores que são colocados nos buracos que deixam no solo. A equipa que a Joana integra, gostava de perceber como a temperatura do solo influencia o seu movimento. Observámos o fato que os cientistas têm de usar neste ambiente gelado e a Joana explicou-nos que vestem 3 camadas de roupa, a que chamam “fato seco”. Isso ajuda-os a protegerem-se de acidentes (que não são de todo convenientes, uma vez que não tem hospitais perto) e também do frio.