Do sedimento à rocha um longo caminho de apertos


Enquanto novos sedimentos se vão depositando, o seu peso vai exercer pressão sobre os materiais mais antigos que gradualmente vão ficando enterrados, por vezes a alguns quilómetros de profundidade. As pressões assim geradas vão provocar a compactação dos sedimentos subjacentes. Esta compactação é possível pois o fluido que preenchia os espaços entre as partículas vai sendo expulso, causando a diminuição de volume e de porosidade dos sedimentos. A pouco e pouco, os sedimentos iniciais geralmente caracterizados por uma falta de coesão, começam a ganhar consistência… a transição para as rochas sedimentares apro-xima-se.

Mas não é só o aumento de pressão que transforma sedimentos em rochas sedimentares. Também a temperatura e as transformações químicas desempenham um papel preponde-rante. É sabido que a temperatura aumenta com a profundidade; em média, por cada quilómetro de profundidade a temperatura sobe cerca de 30º C (é o chamado gradiente geotérmico). A cerca de 4 quilómetros de profundidade, os sedimentos são pois sujeitos a temperaturas da ordem dos 120º C. A estas temperaturas, e com as pressões correspondentes, são frequentes as reacções químicas entre os sedimentos e entre estes e os fluidos existentes nos poros. Um dos processos mais importantes que vai então ocorrer é a chamada cimentação que consiste na precipitação de minerais nos poros dos sedimentos. Os cimentos, não só contribuem para a diminuição da porosidade mas também para o aumento da coesão entre as partículas.

Diagénese é como se designa o conjunto de todas as alterações físicas e químicas envolvidas na passagem de um sedimento a uma rocha sedimentar.